segunda-feira, 20 de agosto de 2012

As palavras têm poder - cuidado com o que fala e pensa!

Uma amiga me pediu para escrever sobre o uso de afirmações positivas em nossa vida, para ela incluir em um curso que está ministrando. Adorei! Tento diariamente levar em consideração o que já aprendi a respeito.E ainda tenho muito a aprender. Compartilho um pouco do que sei com vocês.

Como usar afirmações positivas.


Afirmações positivas são Mantras* usados para afetar o subconsciente com um pensamento que pode motivá-lo, lembrá-lo de seus talentos e prover a confiança que você precisa para alcançar objetivos. O uso regular de afirmações positivas pode ajudá-lo a mudar suas atitudes, comportamentos e hábitos. Aqueles que utilizam o poder de afirmações positivas declaram que você pode usá-los para curar-se, para encontrar um romance e prosperidade, e para alcançar paz em sua mente.
*Mantras são palavras que alteram o padrão da mente e a química do cérebro, de acordo com as leis físicas e metafísicas. O poder de um mantra está na sua vibração sonora. Os mantras usados em Kundalini Yoga elevam ou modificam o subconsciente através do seu significado (sempre positivo) e repetição rítmica. É muito benéfico – e essencial – unir um mantra à respiração.

Passo 1: Escolha afirmações curtas, porque são fáceis de lembrar. Afirmações positivas não precisam ter mais do que quatro ou cinco palavras para serem efetivas.
Passo 2: Afirme suas frases positivas no tempo presente. Use frases como “Eu Sou” e não “Eu poderei ser”. A mente trabalhará mais fortemente em tornar o pensamento em realidade se for desafiada a promover resultados imediatos.

Passo 3: Repita as afirmações várias vezes em intervalos de 5 a 10 minutos ao longo do dia. Tenha o hábito de repetir os mantras sempre que você não esteja ocupado em outras atividades. Mentalmente repita as afirmações, ou as diga em voz alta quando estiver dirigindo ou esperando em alguma fila. Repita os mantras enquanto estiver caminhando ou quando deitar-se para dormir.
Passo 4: Tente relaxar e foque nas palavras que está dizendo. Um pouco de respiração profunda pode ajudá-lo a aliviar qualquer estresse físico. Tente não pensar em outras pessoas ou qualquer emoção negativa que você possa estar vivendo no momento. Dê um tempo nos outros pensamentos, e concentre-se totalmente em seu mantra.

Passo 5: Seja específico, e inclua visualizações na medida em que repete suas afirmações positivas. Atletas usam afirmações positivas e visualização com frequência. Por exemplo, se você afirma sua habilidade em vencer uma corrida, imagine-se atravessando a linha de chegada enquanto diz “Sou um vencedor” ou “Cruzo a linha de chegada em primeiro lugar”. Imagine-se magro ou rico, e desenvolva uma imagem de como isto se parece quando você repete seus mantras. Visualização proporciona uma forma de fixar imagens no seu subconsciente, que complementa as palavras que você diz.

Afirmações


Aprenda a pensar em afirmações positivas. Afirmação é qualquer declaração que você faz. Pensamos em afirmações negativas com uma frequência exagerada. As afirmações negativas só servem para criar mais do que você não quer. Dizer: "Odeio meu emprego" não o levará a nenhum lugar. Declarar: "Agora aceito um ótimo emprego novo" abrir os canais na sua consciência que criarão esse fato.

Faça sempre afirmações positivas sobre como quer que seja sua vida. Um aviso importante: Use sempre o tempo presente nas suas declarações, como "sou" ou "tenho". Sua mente subconsciente é um servo tão obediente que, se você afirmar usando o futuro, como "serei" ou "terei" é lá que sempre ficará o que deseja fora do seu alcance, no futuro!

O ponto do poder está sempre no momento presente


Todos os eventos que você experimentou em sua vida até este instante foram criados pelos pensamentos e crenças que manteve no passado. Eles foram criados pelos pensamentos e palavras que você usou ontem, na semana passada, no mês passado, no ano passado, há 10, 20, 30, 40 anos ou mais, dependendo da sua idade.

Entretanto, esse é o seu passado e ele já acabou, não pode ser modificado. O importante neste momento é o que você está escolhendo pensar, acreditar e dizer agora. Esses pensamentos e palavras criarão seu futuro. Seu ponto de poder está no presente instante e está formando as experiências de amanhã, da semana que vem, do mês que vem, do ano que vem etc.

Preste atenção no que você está pensando neste instante. É positivo ou negativo? Você quer que esse pensamento crie seu futuro? Apenas preste atenção e tome consciência.

A única coisa com que estamos sempre lidando é um pensamento, e um pensamento pode ser modificado


Não importa qual seja o problema, nossas experiências são tão somente efeitos externos de pensamentos internos. Até mesmo o ódio voltado para si mesmo é um pensamento que você tem sobre si mesmo. Você tem um pensamento que diz: "Sou uma pessoa má" - Esse pensamento produz uma emoção e você entra nessa emoção. Todavia, se você não tiver o pensamento, não terá a emoção. E os pensamentos podem ser modificados. Mude o pensamento e a emoção desaparecerá.

Acredite ou não, escolhemos nossos pensamentos


Podemos habitualmente pensar e repensar a mesma coisa tantas vezes que perdemos a noção de que estamos escolhendo o pensamento. Porém, a escolha original foi mesmo nossa. Podemos nos recusar a pensar certas coisas. Veja quantas vezes você se recusou a pensar algo de positivo sobre você mesmo. Da mesma forma, também poderá se recusar a pensar algo de negativo sobre si mesmo.

Parece-me que todas as pessoas deste planeta que conheço ou com quem trabalhei estão sofrendo de culpa e ódio voltados contra si mesmas em maior ou menor grau. Quanto mais ódio e culpa temos, menos funciona nossa vida. Quanto menos ódio e culpa, melhor nossa vida funciona em todos os níveis.

Amar o eu


Não importam quais pareçam ser seus problemas, só existe uma única coisa que todos podem trabalhar - o amor ao eu. O amor é o remédio milagroso. Amar a nós mesmos é algo que realiza milagres em nós mesmos.

Não estou falando sobre vaidade, arrogância ou convencimento, pois isso não é amor, mas somente medo. Falo sobre ter um grande respeito por nós mesmos e uma gratidão pelo milagre de nosso corpo e nossa mente.

"Amor" é apreciação a tal ponto que ela enche o coração ao máximo e extravasa. O amor pode tomar qualquer direção. Pode-se sentir amor por:

O processo da vida em si.

A alegria de estar viva.

A beleza que vejo.

Outra pessoa.

O conhecimento.

O processo da mente.

Nossos corpos e o modo como funcionam.

Animais, aves, peixes.

A vegetação em todas as suas formas.

O Universo e o modo como funciona.

E agora? Qual será o SEU padrão de pensamentos? Pense a respeito com cuidado.

Sat Nam.

Fontes: Livro “You can heal your life” – Louise Hay e livro “The Aquarian Teacher” – Yogi Bhajan.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Mudras - yoga através das mãos e braços.

As mudras são movimentos do yoga praticados apenas pelos braços e pelas mãos. 




Embora extremamente fáceis de executar, eles são tão eficazes que podem transformar sua vida. Como? Simplesmente liberando a energia que está presa no seu corpo, nos canais de energia chamados Nadis e nos centros de energia chamados Chakras, e canalizando-a para ajudá-lo a atingir seus objetivos e a lidar com os problemas do dia-a-dia.

O lado direito do corpo é regido pelo Sol. Reflete as qualidades masculinas de sua personalidade e é conectado com seu pai. O lado esquerdo do seu corpo é regido pela Lua, reflete o lado feminino de sua personalidade e é conectado com sua mãe. Com a prática de mudras você cria um equillíbrio e harmonia nos aspectos físico, emocional e mental de seu ser.

A mão direita é a que recebe, enquanto a esquerda é a que concede poderes positivos. Esses significados se refletem nas posições das mãos nas mudras. Cada dedo está associado a uma capacidade, tendência ou característica especial e a suas influências na vida.
O polegar simboliza Deus. Quando os demais dedos se juntam a ele, simbolicamente você se curva diante de Deus.



Cada dedo é influenciado pelos seguintes planetas e qualidades:
Polegar:     Marte - força de vontade, lógica, ego;
Indicador:  Jupiter - Conhecimento, Sabedoria, Justiça, Verdade, Honra, Auto-confiança;
Médio:       Saturno - paciência, controle emocional, ambição;
Anelar:      Sol - Vitalidade, saúde, questões relacionadas ao coração;
Mínimo:     Mercúrio - comunicação verbal e escrita, criatividade.





Sugestão de Meditação:
Postura: Sentado com a coluna reta, faça a mudra unindo a ponta do polegar à ponta de um dos dedos, para intensificar a qualidade associada, conforme descrito acima.
Foco: Feche os olhos e focalize no ponto do terceiro olho.
Respiração: Lenta e Profunda.
Tempo: Mínimo de 3 minutos.
Ao final, inspire, suspenda a respiração por 10 segundos, expire e relaxe.

Medite. Respire conscientemente. Desfrute.

Sat Nam!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Pet yoga

Este texto une duas paixões minhas: yoga e minhas gatas e gatos. Minhas primeiras alunas foram minhas gatas! Passei a observar o que acontecia: cada vez que eu me sento para fazer yoga e meditar, minhas gatas se aproximam – até mesmo a Jujuba, sapeca como só ela!

Os gatos têm jeito de yogues: mantém a coluna reta, são meditativos, elegantes, com a postura correta.

Coincidência ou não, todos os meus alunos particulares têm um animal doméstico: gatos, cachorros e até coelhos. Sim, eu e minha aluna nos surpreendemos na primeira vez em que a Bunny – sua coelha – se aproximou de nós quando começamos a aula!
Alguns fatos curiosos deste “fenômeno” – tudo baseado nas minhas observações durante as aulas:
·         Cães não gostam de ver seus donos deitados durante o relaxamento... imagine que uma Lhasa Apso e um labrador se comportaram da mesma forma: começaram a ficar agitados, como se o fato dos donos estarem deitados – posição usada para o relaxamento em Kundalini Yoga - demonstrasse para eles que os donos estariam em perigo...  a Lhasa até rosnou para mim, e eu tive que me deitar também, para mostrar que eu não estava fazendo mal para sua dona. Só então ela se acalmou. Olha que fofos;
·         Parece que os gatos particularmente “sentem “ a nossa energia quando fazemos yoga. Eles se aproximam, principalmente ao entoarmos mantras. E ficam paradinhos, como se tivessem esperado a vida toda por aquele momento de reflexão... :)

Caso tenha um pequeno peludinho em sua casa, na próxima vez em que for meditar ou fazer yoga, observe a reação deles.
Dedico este texto para os personagens inspiradores principais:
·         Gatos(as): Bambina, Rutherford, Jujuba, Zerinho, Brigitte, Noel, Nina, Petit, Jolie e Michele. E os meus "Pablitos", todos os 13 descendentes da Pablita, que são gatos "selvagens" que moram do lado de fora de minha casa. Eles têm cama, mesa e.... não, não tem banho... . Todos lindos.
·         Cachorros(as): Angus, Amelie e Frida.
·         Coelhas: Bunnie e Clyde.


Agora, as minhas queridas amigas do "pelo":





  A Jujuba na toquinha – "ai que frio"...









 








Rutherford num momento “Hein? Está falando comigo?... “









Ninja e a Zerinho num momento: "Você viu o que eu vi?"




A Zerinho perguntando “Foto?! De novo??”


A Ninja - olha que carinha! - “por que tudo está de ponta cabeça?”



 E esta é a Pablita, a matriarca de todos os Pablitinhos... olha que gatona linda!


E a querida Bambina, que nos deixou no começo deste ano... após quase vinte anos fazendo parte de nossas vidas, nos alegrando.  Uma lindona, muito amada, muito querida. Tão linda, tão linda... A minha primeira aluna! Aqui, nós estávamos nos contemplando...

Para mim, será um prazer incluir a foto de seu pequeno amigo no meu blog! Percebam quanto amor eles têm para nos dar. Uma troca saudável. Indispensável.


Faça yoga! E também contemple o seu amigo de estimação!
Sat Nam! E Miau!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Respiração Longa e Profunda

Respiração Longa e Profunda é a primeira técnica para ensinar aos alunos iniciantes. Ela usa a capacitado completa dos pulmões, ao utilizar as três câmaras dos pulmões:
  • Abdominal ou inferior;
  • Peitoral ou média;
  • Clavicular ou superior.
Como fazer:

Sentado em postura de Meditação numa almofada, ou numa cadeira com a coluna reta, ou deitado sobre as costas (que é o melhor para iniciar). Coloque a mão esquerda sobre o abdome, e a mão direita no peito para sentir o movimento do diafragma.

Ela começa ao enchermos o abdomen, então expandindo para o peito, e finalmente elevando a costela superior e clavícula. A expiração é o inverso: primeiro a parte superior esvazia, então a parte média do peito, e finalmente o abdomen se contrai, enquanto o ponto do umbigo vai para dentro, em direção à coluna.

mod2-1b1. Respiração Abdominal: Deixe a respiração ir relaxando num movimento normal, regular e profundo. Traga sua atenção para a área do ponto do umbigo. Comece a respirar lenta e profundamente deixando que o abdome relaxe e expanda. Enquanto expira, puxe gentilmente o umbigo para dentro e para cima em direção à coluna – para isso mantenha o peito relaxado. O foco de atenção fica inteiramente no baixo abdômen.
O músculo do diafragma separa peito e cavidade torácica, do abdômen e intestinos. É uma lâmina muscular larga e plana que está normalmente numa forma de cúpula. Conforme você relaxa o diafragma e expande o abdome, a cúpula se achata e um espaço extra é criado para expandir os pulmões acima dele. Quando você expira, a cúpula é recriada e o ar da parte baixa dos pulmões é empurrado para cima e para fora. Esta compressão permite que uma porção da parte baixa dos pulmões seja usada eficientemente. Se você não usa esta respiração, a parte baixa dos pulmões não é usada de forma eficiente.

Coloque uma mão no ponto do umbigo (entre 2 a 3 dedos abaixo do umbigo) e a outra no centro do peito. Na inspiração sinta elevar a mão que está sobre o umbigo. Na expiração deixe descer com calma. Com a outra mão, monitore o peito para ficar imóvel e relaxado – é uma excelente forma de percepção dos músculos envolvidos neste movimento. É o movimento natural da respiração.

Se você ainda tiver dificuldade com esta parte da respiração, deite-se de costas. Coloque um livro no ponto do umbigo e sua mão no centro do peito. Ao inalar, o livro sobe em direção ao teto. Ao exalar, abaixe-o à posição inicial. Com suas mãos, monitore o peito para que esteja parado e relaxado.
mod2-1a
2. Respiração Peitoral: Sente-se com a coluna reta e mantenha o diafragma imóvel. Não deixe o abdome se estender. Inspire lentamente usando os músculos do peito – ele se expande usando os músculos intercostais, entre as costelas. Faça isto lentamente e focalizando a sensação de expansão. Expire completamente, mas não use o abdômen. Compare a profundidade e o volume da respiração abdominal isolada do primeiro exercício.
Se você colocar suas mãos na parte alta e na parte baixa das costelas, pode sentir como as costelas da parte mais baixa movem-se mais que as do topo. Elas são as costelas flutuantes e não são fixadas no esterno, como as costelas superiores. Muito da contribuição das costelas e dos músculos intercostais vem da expansão para fora e para os lados das costelas inferiores.

3. Respiração Clavicular: Sente-se reto. Contraia o umbigo para dentro, mantendo o abdômen contraído. Levante o peito sem inspirar. Agora, inspire lentamente expandindo os ombros e as clavículas. Expire enquanto conserva o peito levantado.

Juntando as etapas e formando a RLP:
Sente-se com a coluna ereta. Se a coluna estiver em uma posição equilibrada, as costelas e os músculos poderão se mover livremente.

Comece a inspiração pela respiração abdominal. Adicione a respiração peitoral e termine com a respiração clavicular. Todas as 3 são feitas em um movimento suave.
Ao expirar, inicie relaxando a clavícula e, então, suavemente esvazie o peito. Finalmente, puxe o abdome para dentro para forçar a saída de qualquer o ar remanescente.
Continue de forma rítmica, como o exercício requer.

Benefícios da Respiração Longa e Profunda

  1. Relaxa e acalma pela influência sobre o sistema nervoso parassimpático. Este relaxamento é de preferência de um modo mais ativo que passivo. Ele reajustará e iniciará seu cérebro para aquelas decisões corretas, que fluirão automaticamente em situações de crise.
  2. Dá energia, aumenta a vitalidade e a consciência para a força vital (prana) na respiração. Aumenta o fluxo de Prana.
  3. Reduz e previne a estocagem de toxinas, formadas pela limpeza do muco dos pequenos sacos de ar (alvéolos) dos pulmões.
  4. Estimula a produção de químicos (endorfinas) no cérebro, eliminando a tendência à depressão.
  5. Traz o cérebro para um novo nível de alerta.
  6. Bombeia o fluído espinhal para o cérebro, dando maior energia.
  7. A respiração longa e profunda aumenta a capacidade pulmonar e, acrescida da concentração, estimula a pituitária a secretar, melhorando a intuição e todo o poder da mente.
  8. Encher os pulmões até sua capacidade revitaliza, alimenta e reajusta o campo eletromagnético. Assim, fará você menos sujeito a ser vítima de acidentes, doenças ou negatividades.
  9. Limpa o sangue. Regula o pH do corpo (equilíbrio ácido-alcalino) que afeta sua habilidade para lidar com situações estressantes.
  10. Ajuda a liberar bloqueios no fluxo de energia dos meridianos.
  11. Ativa e limpa os canais nervosos.
  12. Ajuda a acelerar as curas, emocionais e físicas.
  13. Ajuda a quebrar hábitos, padrões, medos e vícios indesejáveis do subconsciente. Recanaliza condições mentais anteriores de dor, eliminando ou reduzindo as doenças (como, por exemplo, no nascimento de uma criança).
  14. Dá capacidade de controlar a negatividade e as emoções, mantendo clareza, cabeça fria, paciência e positividade.
  15. Reduz insegurança e medo.
  16. Restaura a aura.
Fonte: livro The Aquarian Teacher e site Yogavital.net.

Minha professora: Subagh Kaur e o Kundalini Yoga

A norte-americana mudou para cá por causa de um casamento com um iogue brasileiro. Depois, levou os filhos para o Yoga.


Ela nasceu na Pensilvânia, nos Estados Unidos, e veio morar no Brasil por causa do casamento com um professor de Yoga brasileiro. Subagh Kaur é uma das professoras de Kundalini Yoga e sua dedicação acabou levando até seus filhos para o caminho iogue.

YJ
– Como foi seu primeiro contato com o Yoga?
Subagh Kaur –
Aconteceu aos meus 20 e poucos anos quando conheci o Hatha Yoga.


YJ– Você se mudou para o Brasil por causa de seu marido. Foi uma decisão difícil de tomar? Você se arrepende?
Subagh Kaur –
Não foi difícil de tomar a decisão, porém houve momentos durante o passar dos anos nos quais me senti sozinha e longe da família e dos amigos. Nunca me arrependi, pois aproveito imensamente a cultura e o povo brasileiro.


YJ– Por que você escolheu o Kundalini Yoga?
Subagh Kaur –
Por causa de sua garantia, eficiência e rapidez no processo de transformação.


YJ– Você acredita que a iluminação é realmente possível para um pessoa que vive no mundo moderno?
Subagh Kaur –
Sim, eu sei que é possível isso acontecer.


YJ– O que esse tipo de prática trouxe de mudanças na sua vida? E na vida das pessoas a sua volta?
Subagh Kaur –
Muitas mudanças aconteceram na minha vida. Por exemplo, a alimentação, pois virei vegetariana. Também adotei práticas iogues, como levantar antes do nascimento do sol, pois é o melhor horário para se conectar com o infinito. A prática consciente de Kundalini Yoga promove mudanças na freqüência do praticante e, enfim, começa a mexer com os padrões de hábitos e condicionamento. Nós chamamos isso de processo "Kundalini" que pode deixar a pessoa enfrentando seus medos, nível de ansiedade, nível de conforto, etc. É um belo trabalho para quem tem coragem de se encontrar.


YJ– Por que você acha que o Kundalini não é muito conhecido entre os praticantes de Yoga?
Subagh Kaur –
Porque cada coisa tem seu tempo e a freqüência da Kundalini necessita da atmosfera aquariana. O desabrochamento da Kundalini Yoga no Brasil está chegando.


YJ– Você acredita que teve alguma influência no fato de seus filhos desejarem ser professores de Yoga?
Subagh Kaur –
Acredito que eles me escolheram como mãe para seguir seus destinos como iogues.



YJ– A que você credita o aumento no interesse pelo Yoga?
Subagh Kaur –
À mudança da Era pisciana para a Era aquariana.


YJ– Na sua opinião, qual princípio do Yoga é o mais difícil de seguir na vida? Por quê?
Subagh Kaur –
Viver em plena consciência com harmonia entre o mundo interior e exterior. Como costumo a dizer a meus alunos, a prática de Yoga começa na saída da sala da Yoga. Entramos no trânsito; alguém corta a fila na sua frente no banco, seu marido chega em casa irritado e desconta em você; sua empregada quebra o prato que herdou da bisavó; etc. Cada momento temos nova oportunidade de agir, reagir ou não agir. Com muitos anos de prática, acabamos entendendo que o trabalho não tem fim. O processo de atualização da consciência é um trabalho diário muito exigente.


YJ– Você acha que o Yoga deveria dar atenção especial às mulheres?
Subagh Kaur –
As mulheres têm muita responsabilidade para elevar a consciência de nossas gerações futuras e, além disso, vivem dentro de uma complexidade hormonal com grande influência lunar. Quer dizer que o mundo feminino é cheio de altos e baixos emocionais. Ela precisa praticar, pois Kundalini Yoga oferece ensinamentos aprimorados especialmente para mulheres para que ela atinja seu estado de equilíbrio e felicidade, criando lares tranqüilos e sociedades compassivas.


YJ– Você acredita que o Yoga pode mudar o mundo?
Subagh Kaur –
Não acho que o Yoga muda o mundo, mas a consciência aplicada devido à prática de Yoga muda o mundo.


YJ – O que você diria para os leitores do site eYoga?
Subagh Kaur –
Gostaria de citar um ditado do nosso mestre Yogi Bhajan: “Eat light. Travel light. Be the Light.”



Fonte: Revista Yoga Journal Brasil.

Kundalini Yoga: o despertar da consciência

Conheça a técnica que promete equilibrar o sistema glandular, fortalecer o sistema nervoso e controlar as emoções e a energia da mente


Trazida para o Ocidente pelo mestre Yogi Bhajan, o Kundalini Yoga é uma prática de Hatha Yoga com ênfase nas posturas (asanas) que seguem um ritmo próprio sincronizadas com a respiração (pranayamas), com os gestos com as mãos (mudras) e com os cânticos (mantras). Finaliza-se com a prática de meditação direcionada a um objetivo. Uma típica aula de Kundalini Yoga sempre virá acompanhada de todos esses elementos. Geralmente, as práticas são acompanhadas de músicas que, na verdade, são mantras musicados no dialeto gurumukhi (a linguagem sagrada dos gurus). Vestidos com roupas brancas de algodão, os praticantes sentam-se em meio-lótus e entoam três vezes o adi mantra – Ong Namo Gurudev Namo, que significa “eu saúdo com reverência a parcela divina que existe em cada um de nós”, para entrar em sintonia com a sabedoria infinita e a energia criativa dentro de cada um. Segundo a professora Renata Sobreira Uliana, que dá aulas há dez anos em São Paulo, a roupa de algodão é para absorver o suor e o branco contém todas as cores e amplia a aura, deixando o praticante mais receptivo ao conhecimento.

Em todas as práticas de Kundalini, há a entoação do mantra Sat nam, que quer dizer “verdade é a identidade como a centelha divina existente em cada um”. Este mantra também é usado para cumprimentar as pessoas, na despedida ou para abençoar um alimento. Pode ser entoado simultaneamente com algum exercício físico e com a respiração sincronizada para aumentar os efeitos da prática. Em seguida, fazem-se os pranayamas, que podem ser variados como a respiração do fogo, que em Hatha Yoga é a mesma coisa que kapalabhati. “Esses exercícios respiratórios ajudam a regular a energia de vida, a qualidade das emoções e a estabelecer uma relação com a respiração”, explica Renata. O aquecimento se dá por meio de alongamentos e exercícios específicos para preparar o corpo e a coluna, e só então inicia-se a seqüência de posturas. Em Kundalini Yoga, há uma série de exercícios com movimentos sincronizados com a respiração que visa atingir um determinado fim, por exemplo, regular o sistema nervoso, fortalecer o sistema imunológico ou equilibrar o corpo e a mente. O nome dessa seqüência de exercícios é kriya – não confundir com os kriyas do Hatha Yoga, que são as técnicas de purificação e limpeza. Os kriyas do Kundalini Yoga também visam à purificação, mas, neste caso, compõem uma seqüência fixa de posturas que não pode ser alterada. O kriya e a meditação são selecionados em cada aula pelo instrutor com o objetivo de atender à necessidade dos praticantes.

Bibliografia
Yoga para mulheres, de Shakta Kaur Khalsa Manual de Kundalini Yoga (em espanhol), de Satya Singh Kundalini Yoga (em inglês), de Shakta Kaur Khalsa Master’s touch, de Yogi Bhajan Longevidade do cérebro, de Dharma Singh Khalsa

Durante a execução dos kriyas, além da respiração sincronizada, os mudras também desempenham papel muito importante. “Acreditamos que a ponta dos dedos ativa determinados pontos cerebrais e intensifica os efeitos da prática”, diz Renata. Geralmente, a última parte é dedicada ao relaxamento em savasana (postura do cadáver). Depois, sentados, os praticantes fazem uma meditação – que também pode ter um objetivo, como tirar os obstáculos do caminho –, que é acompanhada de uma respiração específica e de um mudra. Para finalizar, todos entoam um mantra.

Benefícios
O Kundalini Yoga já vem sendo usado como tratamento coadjuvante na área médica, com atuações principais nos distúrbios psiquiátricos, psicossomáticos e psicológicos e também nos comportamentos de vícios e dependências. O livro Kundalini Yoga Meditation, do médico e professor de Kundalini David S. Shannahoff-Khalsa, mostra estudos sobre os efeitos dessa técnica em várias enfermidades. O Kundalini Yoga age direta e rapidamente, de forma equilibrada, no sentido de ampliar a consciência. “É uma ciência que trabalha sobre os sete chakras. Trabalha diretamente sobre a energia total e este fluxo tem uma única direção: ou você o controla ou ele te controla. É aqui que o Kundalini se encaixa: você aprenderá a dirigir sua energia, a experimentá-la e a enfrentar qualquer situação mantendo o equilíbrio”, esclarece a professora. Os principais benefícios do Kundalini Yoga são o equilíbrio do sistema glandular, o fortalecimento do sistema nervoso e a capacidade de controlar a energia da mente e as emoções.

Um pouco de história
Desde 1968, o Ocidente vem tendo a oportunidade única de aprender as técnicas de meditação do Kundalini Yoga quando o mestre Yogi Bhajan quebrou a antiga tradição secular de segredo envolvendo a ciência da poderosa Kundalini Yoga e começou a ensiná-la abertamente aos interessados. Yogi Bhajan tornou-se mestre em Hatha e em Kundalini Yoga aos 16 anos. Com 29 estava casado, tinha três filhos e era oficial do governo indiano em Nova Délhi quando aceitou um convite para dar aulas de Yoga na Universidade de Toronto. Yogi Bhajan mudou radicalmente o curso de sua vida e, em poucos meses, depois de alguns percalços, estava em Los Angeles, onde se fixou até a sua morte, em 2004. Em 1969 fundou a 3HO – Healthy, Happy, Holy Organization (Organização Saudável, Feliz, Sagrada) – e começou a ensinar Kundalini Yoga. Sob a orientação de Yogi Bhajan como diretor de Educação Espiritual, a 3HO cresceu rapidamente pelo mundo inteiro, com 300 centros em 35 países.

No Brasil, o Kundalini foi introduzido em 1987 pelo brasileiro Guru Sewak Singh e pela norte-americana Subagh Kaur Khalsa, em São Paulo. Vinte anos depois, foi organizada a Akim, ou Associação de Professores de Kundalini Yoga e Meditação do Brasil. Atualmente há cerca de 90 professores de Kundalini Yoga no País, com certificado internacional pelo Ikyta (International Kundalini Yoga Teacher Association). Apesar de ser relacionado ao sikhismo – religião de Yogi Bhajan –, o Kundalini Yoga não é filosofia, nem religião, nem ritual. A professora Renata Sobreira Uliana explica que “é uma técnica que desperta a consciência. É o potencial criativo humano, a energia divina adormecida na base da coluna. Quanto mais desperta, maior o nível de consciência”. Alguns professores recebem um nome espiritual, as mulheres usam o sobrenome kaur, que significa princesa e os homens recebem singh, que quer dizer leão. Pode-se solicitar o nome entrando em contato com alguma das instituições de Kundalini, que fazem um cálculo baseado na numerologia tântrica. Porém, segundo a professora Renata, usar o nome espiritual é opcional. Já o sobrenome Khalsa é para aqueles que seguem o sikhismo e quer dizer discípulo ou aluno. Os professores dessa religião se caracterizam por usar um turbante. Segundo eles, o objetivo é filtrar as energias, deixá-los mais centrados e proteger o sétimo chakra.

Para saber mais:
www.3ho.com

www.theinternetyogi.com

www.yogibhajan.com

www.kundaliniyoga.com

Fonte: Revista Yoga Journal Brasil.

Breathwalk: caminhada com Meditação e Respiração Consciente.

O uso extensivo e consciente da Respiração Consciente distingue Breathwalk de outras abordagens em caminhadas e exercícios. Podemos variar a experiência de caminhar em dezenas de formas, com uma ligeira alteração no padrão da respiração. Com estes diferentes padrões de respiração, podemos disparar em nosso corpo e mente mensagens para alterar o estado conforme nossa necessidade – energia, clareza mental, humor positivo e outros.

Uma simples demonstração do que a respiração consciente pode fazer por nós: feche os olhos, e inspire profundamente. Sinta o ar entrando pelas narinas, sinta o abdômen se expandindo, o umbigo indo para frente. Na expiração, faça o movimento contrário, até o umbigo se contrair. Continue por alguns poucos segundos. Observe seus sentimentos e suas emoções. É bom, não é? Agora, lembre-se da última ladeira que você precisou subir: quando estamos muito cansados e tudo parece desestimulante, normalmente paramos e... Damos uma boa inspirada! Inspiramos lenta e profundamente, pois inconscientemente sabemos que aquilo nos dará a Força necessária para continuarmos nossa subida.
A respiração é uma ferramenta fundamental para o estudante de Kundalini Yoga. De acordo com pesquisas conduzidas pelo Dr. Herbert Benson *, conhecer bem a respiração é a fundação para:

Ø  Promover saúde e vitalidade;

Ø  Controlar o humor;

Ø  Desenvolver a concentração;

Ø  Fornecer clareza e calma;

Ø  Reduzir o estresse e a ansiedade;

Ø  Ajudar a eliminar toxinas presas nos pulmões, decorrentes de poluição;

Ø  Aumentarr a paciência e resistência a reações ao estresse;

Ø  Melhorar a circulação sanguínea;

Ø  Promover o sentimento de conectividade (consigo mesmo com a vida, natureza e com os outros).
A consciência na respiração começa em reconhecê-la como a respiração “física e bruta”, assim como a força sutil de vida do corpo e mente, chamada de Prana.
Um aluno de Kundalini examina e quebra o hábito de ignorar a respiração. Pensa na respiração em termos amplos, ao invés de simples respiração. Considera que a respiração e seus movimentos são conectados com os movimentos de todas as emoções e pensamentos. Nas aulas de Kundalini Yoga, aprendemos diferentes padrões de respiração e seus efeitos no corpo e mente, e melhoramos nossa gama de escolhas de como ter o controle de nossa energia. Quando você pode combinar sua energia com a tarefa que quer concluir ou o desafio que encara, você pode sentir-se mais confiante, poderoso e relaxado. Ter uma forma para rapidamente e com confiança alcançar o estado que você necessita é um aliado poderoso para sucesso e alegria.

A Respiração e a Palavra têm uma relação íntima. Eles formam a plataforma através da qual tudo se inicia, e eles moldam a forma e direcionamento da vida. Governam nossa comunicação e nossa relação com os outros e com nós mesmos. Se pudermos aproveitar conscientemente os padrões e habilidades da respiração e som, podemos criativamente direcionar nossas vidas e potenciais.
Quando respiramos não apenas bombeamos ar para dentro e para fora dos pulmões. Enviamos uma mensagem que está codificada no padrão da respiração para o centro do cérebro. Disparamos mudanças na parte de nosso sistema nervoso chamada de “Sistema Nervoso Autônomo”, que comanda automaticamente coisas básicas como o batimento cardíaco e a pressão sanguínea, e afeta algumas funções do sistema nervoso, glandular e digestivo. Quem comanda o equilíbrio deste processo é o hipotálamo, o principal intermediário entre o Sistema Nervoso e o Sistema Endócrino, os dois principais sistemas do corpo. Ele é o centro do fenômeno “corpo-mente”. Recebe informação do cérebro, das células, e dos sentidos. E envia as informações através de todo o corpo na forma de mensageiros químicos que disparam emoções, atividade metabólica e ações, de forma não linear, como ondas.
A Respiração consciente pode sincronizar todas as partes do nosso corpo e mente para trabalharem juntas e produzir mudanças surpreendentes. Podemos liberar capacidades que permanecem dormentes. Podemos nos tornar mais conscientes, alertas, e saudáveis. O poder reside dentro de nós, na nossa respiração.

*Dr. Herbert Benson, do Instituto Médico do Corpo/Mente da Escola de Medicina de Harvard, identificou em suas pesquisas que há uma resposta de relaxamento produzida por exercícios rítmicos feitos com atenção e foco. Adicionalmente, os benefícios para elevação do bom humor e melhora na saúde são disparados por esta combinação, não somente por exercícios ou caminhada isolados.

Fonte: Livro Breathwalk - Breath Your Way to a Revitalized Body, Mind and Spirit.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Yoga para combater Ansiedade e Depressão - from Harvard Medical School.



Estudos sugerem que esta prática modula a resposta ao estresse.

Desde 1970, a meditação e outras técnicas de redução de estresse têm sido estudadas como possíveis tratamentos para depressão e ansiedade. Uma dessas práticas, yoga, tem recebido menos atenção na literatura médica, embora tenha se tornado cada vez mais popular nas últimas décadas. Uma pesquisa nacional estima, por exemplo, que cerca de 7,5% dos adultos norte-americanos tenham tentado yoga pelo menos uma vez, e que quase 4% praticavam yoga no ano anterior.
Aulas de yoga podem variar de suave e gentil a extenuante e desafiadora. A escolha do estilo tende a ser baseada na capacidade física e preferência pessoal. Hatha yoga, o tipo mais comum de yoga praticado nos Estados Unidos, combina três elementos: posturas físicas, chamada asanas, respiração controlada praticada em conjunto com asanas e um curto período de profundo relaxamento ou meditação.

Muitos dos estudos que avaliam os benefícios terapêuticos do Yoga têm sido poucos e mal desenhado. No entanto, uma análise de 2004 descobriu que, nas últimas décadas, um número crescente têm tido estudos randomicos controlados -o padrão mais rigoroso para provar a eficácia.

Estudos disponíveis de uma vasta gama de práticas de yoga sugerem que eles podem reduzir o impacto das respostas ao estresse exagerado e pode ser útil tanto para ansiedade e depressão. A este respeito, yoga funciona como outras técnicas auto relaxantes, tais como meditação, relaxamento, exercício, ou até mesmo socializar com os amigos.

Domar a resposta ao estresse
Ao reduzir o estresse percebido e a ansiedade, yoga parece modular sistemas de resposta ao estresse. Isto, por sua vez, diminui a excitação fisiológica - por exemplo, reduzindo a frequência cardíaca, a redução da pressão sanguínea, e facilitando a respiração. Há também evidências de que as práticas de yoga ajudam a aumentar a variabilidade da freqüência cardíaca, um indicador da capacidade do organismo de reagir ao estresse de forma mais flexível.

Um pequeno estudo, mas intrigante ainda caracteriza o efeito do yoga sobre a resposta ao estresse. Em 2008, pesquisadores da Universidade de Utah, apresentaram os resultados preliminares de um estudo das respostas dos participantes variados à dor. Eles observaram que as pessoas que têm uma resposta mal regulada ao estresse também são mais sensíveis à dor. Os voluntários foram 12 praticantes de yoga experientes, 14 pessoas com fibromialgia (uma condição que muitos pesquisadores consideram uma doença relacionada ao estresse que é caracterizada por hipersensibilidade à dor), e 16 voluntários saudáveis.

Quando os três grupos foram submetidos à pressão em seus polegares, mais ou menos dolorosa, os participantes com fibromialgia - como esperado – tiverma a dor percebida em níveis mais baixos de pressão em comparação com as outras pessoas. Ressonância magnética funcional mostrou que também tiveram a maior atividade em áreas do cérebro associadas com a resposta à dor. Em contraste, os praticantes de yoga tiveram a maior tolerância à dor e menor atividade do cérebro relacionada à dor durante a ressonância magnética. O estudo ressalta o valor das técnicas, como o yoga, que podem ajudar uma pessoa regular o estresse e, portanto, as respostas de dor.

Melhora do humor e funcionamento
Ainda restam dúvidas sobre exatamente como yoga trabalha para melhorar o humor, mas as evidências preliminares sugerem o seu benefício é semelhante ao de técnicas de exercícios e relaxamento.

Em um estudo alemão publicado em 2005, 24 mulheres que se descreveram como "emocionalmente perturbadas" tiveram duas aulas de 90 minutos de yoga por semana, durante três meses. As mulheres do grupo controle mantiveram suas atividades normais e foram convidadas a não começar um exercício ou programa de redução de estresse durante o período do estudo.

Yoga no ambiente corporativo!

Pesquisa realizada pela UNIFESP verificou quase 70% de melhora no índice mínimo de depressão dos praticantes.
Um trabalho realizado pela pesquisadora Thais Godoy, do Instituto de Medicina Comportamental do Departamento de Psicobiologia da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) encontrou resultados que demonstraram que os efeitos da Yoga melhoram os sintomas do humor e da qualidade de vida dos praticantes. Isso inclui significante melhoria do estado de saúde e satisfação de vida dos participantes.
O estudo verificou a eficácia da prática do Yoga como um recurso terapêutico, que pode ser utilizado como terapia complementar por qualquer indivíduo ou ainda como importante recurso nos tratamentos psicológicos ou psiquiátricos, indicados para qualquer tipo de problema comportamental.
O desenvolvimento de um programa de Yoga em um ambiente empresarial, como o executado neste estudo, sugere também que ao melhorar a qualidade de vida dos funcionários melhora também a sua produtividade. “O Yoga incentiva os praticantes a tomarem consciência de seu corpo e de suas tensões através de posturas físicas. Além disso, por focar o autoconhecimento, concentração e meditação, sua prática também pode contribuir para facilitar a autoconfiança e um sentimento pessoal de maior senso de controle e qualidade de vida”, afirma Dr. Ricardo Monezi Julião de Oliveira, professor do curso de pós graduação em Medicina Comportamental, do departamento de Psicobiologia da UNIFESP.

O cálculo da amostra foi realizado partindo de um projeto piloto contendo 15 indivíduos de um grupo experimental de uma empresa e 15 no grupo de controle (que não realizou a prática). Entre os diversos resultados obtidos, constatou-se que 68% dos indivíduos do grupo Yoga apresentavam índice mínimo de depressão, enquanto no grupo que não pratica apenas 39% apresentaram tal melhora. Outro dado importante foi o grau de ansiedade do grupo Yoga que apresentou grau mínimo de ansiedade (76%), sendo que os indivíduos do grupo de controle apresentaram apenas 7%.

Na comparação dos dois grupos (que praticam e os que não praticam), foram constados diferentes níveis de ansiedade antes e depois da inserção do Yoga em suas vidas. Só para se ter uma idéia, o grupo que pratica Yoga começou com 24% no nível mínimo, 52% no leve, 20% no moderado e 4% no grave. Ao final de três meses, o resultado foi de 19% no nível mínimo, 6% no leve e nenhuma pessoa mais nos níveis moderado e grave. Desta forma, concluiu-se claramente que o grau de ansiedade das pessoas diminuiu drasticamente após as práticas.

No item qualidade de vida que engloba questões relacionadas à satisfação com a vida e com a saúde, foi observada significativa melhora no final do programa, tanto para os praticantes como o integrantes do grupo que não praticaram Yoga.

Vale lembrar que a idade dos participantes variam de 20 a 45 anos de idade e a aplicação do programa com as técnicas de Yoga tiveram duração de três meses, com 50 minutos/aula para os praticantes, como para o grupo de controle, que serviu como parâmetro de comparação.

Questionários de avaliação clínica (qualidade de vida, depressão e ansiedade), com perguntas objetivas, foram interpretados por uma psicóloga da equipe de pesquisa. As técnicas de Yoga foram aplicadas em sequência estruturada, usando como referência, o Yoga Sutra de Patânjali, também conhecido como Ashtânga ou Oito Membros, onde se considera que os âsanas (postura físicas) são uma preparação para as técnicas meditativas e respiratórias, auxiliando na concentração e relaxamento ao final da prática.

Dados da OMS afirmam a importância de tratar o estresse

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse afeta hoje mais 90% da população mundial. Este fato preocupa a comunidade científica, uma vez que o estresse está associado à ocorrência de diversas doenças como patologias metabólicas, cardiovasculares, gastrointestinais, distúrbios do crescimento, câncer, depressão, distúrbios reprodutivos e doenças infecciosas.

As exigências da vida moderna, aliada às pressões e tensões do cotidiano profissional afetam a condição emocional, física e mental, interferindo na qualidade de vida, fazendo com que os indivíduos enfrentem crescentes problemas decorrentes do estresse moderno. Calcula-se que atualmente, o estresse atinge cerca de 60% dos executivos, sendo considerada a doença do século. Trata-se de um problema sócio -econômico que atinge pessoas ainda jovens, em idade produtiva e que geralmente ocupam cargos de responsabilidade, diminuindo sua capacidade produtiva e consequentemente gerando despesas diretas e indiretas.

Como o Yoga é um sistema filosófico-prático, que consiste em posturas físicas e respirações para harmonização do corpo e mente, e tendo evidências de que a execução regular dessa prática proporciona ao sujeito maior flexibilidade corporal, aumento da vitalidade, redução de pânico psicológico e redução de doenças cardiovasculares, o Yoga vem sendo uma das técnicas mais utilizadas para a diminuição dos efeitos nocivos do estresse.

Liberdade da ansiedade.

A agitação e a preocupação com o futuro tomam conta da sua cabeça? Retome o controle.

Tremedeira, agitação, taquicardia, preocu­pação. Esses sintomas podem estar ligados a algum distúrbio de ansiedade, muito comum no mundo de hoje. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema atinge aproximadamente 20% da população mundial; somente no Brasil, afe­ta mais de 10 milhões de pessoas. Mas o que fazer quando as emoções e pensamentos negativos saem do controle e a ansiedade se torna parte constante da sua vida?

A ansiedade é caracterizada como um estado de medo, apreensão, mal-estar, desconforto, insegurança, estranheza do ambiente ou de si mesmo e muito frequentemente a sensação de que algo desagradável pode acon­tecer. É um sinal desenvolvido pela natureza com a finalidade de nos pro­teger e garantir nossa sobrevivência, pois representa a percepção de que algo ameaçador está por acontecer. Às vezes, a ansiedade também vem acompanhada de sinais físicos, como sensação de falta de ar, respiração curta, aperto no peito, ondas de calor, ca­lafrios, formigamento, tremores, náusea. Existem várias outras maneiras pelas quais a ansiedade pode se manifestar. Uma pessoa pode ter uma fobia ou medo intenso de algo. Também pode ter medo de ir a um lugar por não ter como escapar, caso aconteça algo. Ataques de pâni­co, em que a pessoa sente que vai morrer, também são uma manifestação de ansiedade, nesse caso, fora de controle. Pode ainda se manifestar em comportamentos compulsivos, como lavar as mãos muitas vezes ao dia. Vítimas de traumas também podem sofrer ansiedade, chamada de estres­se pós-traumático.
A professora de Yoga Thais Godoy Bobbio, pesquisadora do projeto da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) de controle da ansiedade pelo Yoga, diz que pesquisas recen­tes indicam que a ansiedade atinge a população em geral, nas mais va­riadas categorias socioeconômicas, porém, com maior prevalência entre as mulheres e geralmente indivíduos acima de 18 anos de idade. A médica Claudia Welch, docente do Instituto de Ayurveda de Albuquerque, Novo México (EUA), do médico especialis­ta em Ayurveda Vasant Lad, acredita que o mundo moderno está exigin­do demais das mulheres, que têm de cuidar da casa ao mesmo tempo que precisam ser competentes no cam­po profissional. Isso as torna mais propensas a distúrbios emocionais. O Ayurveda sugere que a ansiedade geralmente seja causada por excesso dos elementos ar ou éter no indiví­duo, o que torna os pensamentos e emoções inconstantes. Aderson Mo­reira da Rocha, médico do Rio de Ja­neiro, presidente da Associação Bra­sileira de Ayurveda e autor do livro A Tradição do Ayurveda (Editora Águia Dourada), comenta que, segundo a medicina indiana, as pessoas mais suscetíveis a esse tipo de problema são aquelas com dosha ou desequi­líbrio em vata, que são de biotipo magro, com dificuldade para ganhar peso, agitado, que não conseguem aquietar a mente, com tendência à secura. “Nós não vivemos no aqui e agora, nem temos tempo para olhar para dentro. Estamos sempre no vir a ser e nas coisas externas devido à limitação dos sentidos, que jogam nossa atenção para fora. Isso gera uma agravação no dosha vata, que tem mais chance de desenvolver o problema, pois vata gera inquietação, agitação interna e depressão ansiosa”, comenta o médico.
FORA DE CONTROLE
A professora Thais diz que o senti­mento de ansiedade é normal e adap­tativo ao ser humano, mas pode se tornar crônico, perturbando o fun­cionamento saudável do corpo e da mente. É quando aparecem os dis­túrbios de ansiedade. “As exigências da vida moderna, pressões e tensões do cotidiano afetam a condição fí­sica e mental e, consequentemente, interferem na qualidade de vida. Vi­vemos em um mundo globalizado, uma sociedade que acompanha essas transformações e nem isso é simples. Muita informação, pressão, falta de tempo e organização, medos e pre­ocupações são produtos dessa épo­ca”, comenta. A professora de Yoga Camila Reitz, de Florianópolis (SC), concorda que os distúrbios de ansie­dade se tornaram mais comuns nos últimos anos. “A resposta às coisas está muito rápida atualmente. Envia­mos um e-mail e temos de ter a res­posta no mesmo momento. Quando as coisas demoram um pouco mais, as pessoas ficam ansiosas. Ninguém mais sabe esperar”, diz.
Os especialistas concordam que o mundo moderno tem tornado as pes­soas mais ansiosas. “Nossa sociedade no século XXI tornou-se muito vata (com a energia do ar e do éter), que se move como o vento. Não temos mais tempo para olhar o pôr do sol ou co­mer uma maçã sem tocar o celular ou ter de responder aos e-mails”, comen­ta o dr. Aderson. Mas quando o pro­blema começa a afetar a vida negati­vamente, de uma maneira exagerada, é sinal de que é necessário tomar uma providência. E é fácil perceber quan­do a coisa saiu do controle. Você dei­xa de fazer coisas rotineiras por causa da ansiedade; não quer mais sair de casa; os sintomas aparecem várias vezes ao dia, mesmo sem motivo aparente. Você está andando na rua e de repente começa a suar frio e o coração acelera. Vai ao supermercado fazer compras e se sente mal. Segun­do a professora Thais, mesmo as cri­ses são normais em estado de atenção ou medo, quando a adrenalina é des­carregada no sangue para conseguir­mos escapar de um perigo. “A crise de ansiedade permite que fiquemos atentos para tomar medidas para li­dar com ameaças, como quando nos deparamos com um cão bravo, nos sentimos ansiosos e por causa desse medo saímos correndo. Se não sentís­semos isso poderíamos colocar nos­sa vida ‘em risco’. Porém, após esse acontecimento, nosso corpo tem de voltar ao estado de equilíbrio chama­do homeostase. As crises se tornam graves quando não conseguimos mais controlar esses sentimentos, quan­do não conseguimos mais desarmar esse estado de alerta”, explica Thais. Se não conseguimos desarmar o es­tado de atenção, vivemos em cons­tante medo, fazendo o corpo achar que estamos em perigo e liberando no sangue substâncias que mantêm o organismo “acelerado”. E isso nos causa mais ansiedade, que libera mais adrenalina. É como um ciclo vicioso do qual não conseguimos sair.

Iogaterapia para corpo e mente

A ciência comprova: o yoga é um aliado no tratamento da ansiedade e da depressão.
A descoberta é de um dos maiores e mais importantes centros de pesquisa do mundo, a Universidade de Boston, nos Estados Unidos. E confirma de forma cabal o efeito ansiolítico do yoga. É que as posturas dessa prática, que une alongamento e meditação, agem diretamente no sistema nervoso central, trazendo calma e relaxamento. Por isso, sugere o estudo, merece figurar entre os mais eficientes métodos alternativos contra a depressão e os distúrbios de ansiedade.

Os adeptos do yoga conhecem e divulgam esses benefícios aos quatro ventos. Só que pela primeira vez os cientistas relacionaram a prática ao aumento no cérebro dos níveis do ácido gama-aminobutírico, ou GABA, na sigla em inglês, um neurotransmissor que diminui os estímulos nervosos e relaxa as células ali na massa cinzenta. Pessoas com depressão apresentam uma drástica redução na quantidade de GABA, disse à SAÚDE! Chris Streeter, chefe do trabalho americano.

Os pesquisadores compararam pacientes que fizeram as posturas durante uma hora com gente que passou o mesmo período lendo um livro. Logo depois, com a ajuda de exames de ressonância magnética, analisaram o teor de GABA no cérebro dos praticantes. Houve um aumento de 27% depois da sessão, enquanto que nenhuma alteração foi encontrada nos indivíduos do grupo de leitura. "Esse trabalho prova que a prática ajuda a regular os níveis da substância, assim como as drogas, mas sem efeitos colaterais", ressalta Streeter, que é professor de neurologia e psiquiatria.

Um trabalho feito no Brasil pela psicóloga Juliene Azevedo Oliveira na
Universidade Católica de Brasília mostra que os resultados são ainda melhores quando se alia o método a sessões de psicoterapia. Durante seis meses a especialista analisou 32 mulheres que foram divididas em três turmas. Na primeira as voluntárias só fizeram yoga. Na segunda, psicoterapia e, na terceira, ambas.


Pesquisas anteriores já davam conta de que o yoga eleva os níveis de serotonina, outro neurotransmissor que também cai em pessoas com depressão, revela Juliene. Então, é de se supor que a soma das duas substâncias serotonina e GABA resulte em uma química natural, praticamente imbatível contra a tristeza sem fim.
A doutora em psicobiologia e pesquisadora da Unidade de Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo Elisa Harumi Kozasa é uma entusiasta do uso terapêutico do yoga. Já se sabe que ele funciona como um ótimo complemento dos tratamentos convencionais, aumentando as chances de cura, conta. A especialista destaca que a prática reúne aliados de uma mente saudável, como a atividade física, a meditação e o relaxamento.


Ele tende a funcionar muito bem para quem sofre de depressão leve ou moderada, mas, quando a doença é recorrente ou muito severa, fica difícil sentir os efeitos, ressalva, ponderada. Segundo a tradição do yoga, a depressão e a ansiedade resultam de uma baixa na energia vital do corpo em razão da vida agitada e do estresse.
O método procura despertar a consciência e equilibrar o indivíduo para reabastecê-lo, explica a professora Nicole Witek, do Centro Respire Yoga, de São Paulo, que se especializou no tratamento da depressão. A procura no Brasil tem crescido a cada ano. Segundo estimativas da União Internacional de Yôga, hoje são mais de 5 milhões de adeptos no país.
Fonte: Revista Saude é Vital